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08 Mar 2023

Entrevista com Paulo Bertolini | Novo diretor-geral da APCER Brasil

É esse o recado que eu deixo com relação a avaliação da conformidade, esse é o nosso papel: avaliar, verificar e procurar deixar esse jogo, essas disputas de mercado, um pouquinho mais equilibrado.”

O novo diretor-geral da APCER Brasil, Paulo Bertolini, faz parte do grupo espelho da ISO/CASCO no Brasil e do Comitê Brasileiro da Qualidade CB-25, sendo fundamental no processo da fundação e estruturação da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac).

Em seu histórico profissional, Bertolini foi consultor na área de gestão em indústrias e empresas de serviços, setor público e privado e em organismos de certificação, sendo responsável pela implantação de normas como ISO/IEC 17020, 17021, 17025 e 17065

A APCER conversou com Bertolini para falar sobre as expectativas do seu novo trabalho e avaliação da conformidade. Leia a entrevista na íntegra:

APCER Brasil – Quais as expectativas como diretor-geral da APCER Brasil?

Paulo Bertolini – As expectativas estão bastante relacionadas com os objetivos estratégicos da APCER Brasil. A APCER Brasil já tem algum tempo de história, e quando observamos o ciclo de vida de uma empresa, os primeiros cinco anos são de sobrevivência, os próximos cinco são de buscar estabilização e segmentação, após isso, a empresa busca um novo período de crescimento e ascensão. O que eu vejo hoje no planejamento estratégico da APCER Brasil é exatamente isso, buscar um período de maior crescimento nesses próximos cinco anos.

APCER Brasil – Qual seu papel no grupo espelho da ISO/CASCO no Brasil e no Comitê Brasileiro da Qualidade CB-25?

Paulo Bertolini – Os papéis dos participantes de grupos como esses são de tomar conhecimento, ajudar a elaborar e a traduzir normas que são criadas a partir da ISO, que são trazidas para cá por meio dos comitês e das comissões de estudos para produções de normas.

O nosso setor é um segmento extremamente normatizado, então quase todos os serviços na área da avaliação da conformidade têm, pelo menos, uma norma que fundamenta a estruturação desse serviço. Participar num grupo de trabalho desses é, antes de mais nada, estar antenado, estar conectado com tudo, em primeira mão, que está acontecendo em termos normativos do segmento.

APCER Brasil – Quais experiências você vai trazer para o seu trabalho na APCER?

Paulo Bertolini – Além do conhecimento técnico, uma coisa que sempre o profissional vai trazer é a bagagem pessoal dele. O conhecimento técnico, muitas vezes ele é relativamente fácil de ser medido, você pede um diploma, você pede para ele um tempo X de experiência, você pede para esse profissional algum curso, alguma graduação ou pós-graduação, enfim. O que eu espero trazer é a minha contribuição com aquilo que eu tenho de conhecimento pessoal, aquelas vivências, algumas experiências que são tácitas, difíceis de você colocar no papel, mesmo num currículo ou numa entrevista.

Eu passei, praticamente, por todos os elos da cadeia da avaliação da conformidade, desde o trabalho como gerente da qualidade na implantação de sistemas de gestão, buscando uma certificação, buscando uma acreditação no laboratório, depois atuei como consultor, auditor de organismo de certificação, me qualifiquei para ser avaliador do Inmetro – que é a entidade acreditadora –, passei também pela Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), da qual fui o primeiro executivo. Toda essa experiência traz uma diversidade de vivências que vão me permitir ajudar muito na evolução da APCER Brasil.

APCER Brasil – Qual foi seu papel no processo de fundação e estruturação da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac)?

Paulo Bertolini – Como falei, fui o primeiro executivo contratado para fazer a Associação acontecer, ela não existia até então, era só um pedaço de papel. O que aconteceu, primeiramente, foi a criação de duas associações, uma que congregava organismos de certificação que tinham origem no exterior, e a outra que congregava organismos de certificação que tinham origem aqui no território nacional. Porém, isso causava uma grande confusão, lacunas de comunicação entre os organismos de certificação e a sociedade. Então, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) pediu para que os organismos conseguissem achar um denominador comum, que fosse uma Associação única para tratar dos temas de interesse.

A fundação ocorreu com uma pessoa em que eu tinha um relacionamento bem estreito, um ex-presidente do Inmetro, que me nomeou consultor da Associação. O meu trabalho foi desde procurar uma sala para a Associação existir, até elaborar regimento interno e documentação, contratar os primeiros funcionários, começar as reuniões, fazer o primeiro planejamento estratégico da organização, enfim, toda essa atividade executiva.

APCER Brasil – Ao decorrer dos anos, o Brasil passou a dar mais importância para a certificação?

Paulo Bertolini – O tema certificação desde que iniciou aqui no Brasil, na década de 90, tem enfrentado um crescimento quase que contínuo. Não, a gente não tem mais, nos últimos anos, um crescimento tão exponencial como acontecia no momento inicial da entrada dos modelos de certificação, isso até é compreensível, é usual isso na curva de crescimento de qualquer produto, os produtos costumam ter uma curva de aceleração no crescimento, depois um período de estabilização até o final do ciclo de vida desse produto em que ele começa a apresentar sinais de declínio.

Olhando a certificação como um produto, não apresenta de uma maneira global esse estágio de declínio, até porque há duas questões muito fortes envolvidas: primeiro, a necessidade que toda cadeia de custódia tem de buscar confiança naqueles produtos, processos, serviços que lhe são oferecidos, e a certificação é uma forma de garantia desses produtos, processos, serviços. A certificação também nunca ficou estagnada, ela sempre passou por um processo de renovação e diversificação, isso quer dizer, as normas, os programas e certificação, periodicamente, passam por processo de revisão para que, se usando do conhecimento adquirido em um período, possa ser feita uma análise e também fazer melhoria desses processos de certificação.

APCER Brasil – Qual a importância das normas ISOs dentro das organizações?

Paulo Bertolini – As normas ISOs são padrões muito importantes, antes de mais nada, porque eles atingem o alcance mundial. Essa era uma das grandes questões que se tinha quando se falava em avaliação da conformidade, de um lado para o outro, às vezes até dentro do mesmo país. Você pega um caso que precisa exportar um produto, como é que eu vou qualificar uma empresa que está do outro lado do mundo para exportar para mim?

O modelo das normas ISO foi internacionalmente trabalhado e condensado, quando se constrói esses padrões internacionais que são difundidos no mundo inteiro, como por exemplo, uma norma de Sistema de Gestão que é a ISO 9001, o grupo de estudo formado pela ISO foi pensado por gente do mundo inteiro para participar, tem que ter a aprovação de todos os continentes e de todos os países participantes para ele poder ir a frente. Como a norma já nasce com toda essa base teórica, estudada, repassada entre os participantes, aumenta muito a chance de sucesso de um padrão de certificação desses.

APCER Brasil – Gostaria de acrescentar mais alguma coisa?

Paulo Bertolini – Eu gostaria de acrescentar a importância que tem o processo de avaliação da conformidade. O processo de avaliação da conformidade traz um ator de fora do processo produtivo, de fora da cadeia de custódia, pra ser um pouquinho os olhos do consumidor final, pra ser um pouquinho os olhos daquela empresa intermediária que vai receber um produto e botar na sua linha de produção, ela vai ser os olhos, um pouquinho, do governo, não com o papel de fiscalização em si, porque esse é um papel do governo, mas de uma certa maneira como um garantidor de qualidade, de meio ambiente, de saúde, segurança de um processo produtivo.

Acho que é esse o recado que eu deixo com relação a avaliação da conformidade, esse é o nosso papel: avaliar, verificar e procurar deixar esse jogo, essas disputas de mercado, um pouquinho mais equilibrado.

 

Fonte: Assessoria de comunicação da APCER Brasil

 

Paulo Bertolini

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