A problemática das alterações climáticas e o tema da sustentabilidade vieram pressionar a indústria têxtil, que, inegavelmente, tem grande impacto no ambiente. Segundo a WWF Suíça, a indústria têxtil e de vestuário emite 1,7 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono e gera 2,1 mil milhões de toneladas de resíduos anualmente. Por sua vez, o relatório da Global Fashion Agenda de 2017 estimou que a pegada ambiental da UE causada pelo consumo de têxteis correspondia a um intervalo de 4 a 6%. Além disso, prevê-se que o consumo de vestuário aumente para 102 milhões de toneladas em 2030, devido à queda dos preços e à velocidade com que a moda é disponibilizada aos consumidores, pelo que esta indústria terá de adotar medidas que a tornem mais sustentável.
Contudo, apesar da preocupação com a sustentabilidade da indústria têxtil, há ainda um longo caminho a percorrer. São já várias as soluções que permitem mitigar o impacto das atividades organizacionais e sensibilizar a sociedade para esta realidade. Existe um conjunto de ferramentas, aplicável a toda a cadeia produtiva, desde as matérias-primas, produção e distribuição final, que permitem às organizações monitorizar e reduzir o impacto ambiental das suas atividades. Para além das soluções produtivas e tecnológicas existentes, também existem muitas ferramentas no apoio à gestão que ajudarão as empresas a enfrentar este novo desafio. São exemplos a ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental, a ISO 50001 – Sistema de Gestão da Energia, a SA8000 - Gestão da Responsabilidade Social, o GOTS, entre outros.
O GOTS é uma norma aplicável a têxteis produzidos a partir de fibras orgânicas. É reconhecida internacionalmente, e surgiu em 2006 com o aumento do consumo de fibras orgânicas e da procura de critérios uniformes de produção pela indústria e pelos setores do retalho. Esta norma define o teor mínimo de fibras orgânicas certificadas que devem estar presentes no produto têxtil (pelo menos 70%), proíbe a utilização de produtos químicos tóxicos e nocivos, define critérios ambientais e requer a conformidade com critérios de responsabilidade para toda a cadeia de abastecimento de têxteis orgânicos. É aplicável a produtores de matérias-primas, produtores de têxteis, distribuidores, importadores, marcas ou qualquer outro participante do setor têxtil. Os produtos finais de fibra orgânica podem incluir, mas não estão limitados a fios, tecidos, roupas, têxteis para o lar e produtos para cuidados pessoais. O GOTS abrange ainda “Produtos Combinados", como carrinhos de bebé com tecidos têxteis, berços, assentos de carro ou móveis com estofos de tecido, que tenham componentes de tecidos certificados.
Esta é então a certificação mais reconhecida para quem produz e comercializa produtos a partir de materiais de produção biológica, como o algodão ou outra fibra natural. A garantia ao longo de toda a cadeia de produção até ao consumidor é realizada através da emissão de Certificados de Transação, entre os produtores e as empresas que comercializam os produtos, até à etiquetagem nos produtos finais.
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Rita Sousa
Market Research Manager
APCER