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27 Jun. 2024

Considerações sobre Alterações Climáticas num Sistema de Gestão da Qualidade – ISO 9001

Considerações sobre Alterações Climáticas num Sistema de Gestão da Qualidade – ISO 9001

Decorrente do compromisso de abordar o tema das alterações climáticas, como referido na Declaração de Londres da ISO – International Organization for Standardization, a ISO e o IAF – International Accreditation Forum, realizaram uma alteração ao capítulo 4 da Estrutura Harmonizada (Apêndice 2 do Anexo SL nas Diretivas ISO/IEC Parte 1 Suplemento ISO consolidado). Pode consultar mais informação aqui.

A norma ISO 9001 - Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) foi uma das várias normas abrangidas por esta alteração.

O que deve ser considerado, relativamente às alterações climáticas, num Sistema de Gestão da Qualidade de acordo com a norma ISO 9001?

Não existe uma abordagem padronizada para as considerações a ter sobre alterações climáticas num SGQ. No entanto, partilhamos, como referência, parte do texto retirado de um White Paper desenvolvido pelos parceiros da IQNET Association, da qual a APCER é integrante, em representação de Portugal.

Estas considerações não são suficientes por si só, nem consideradas completas, são apenas identificadas como as mais prováveis de serem analisadas pelas organizações:

Constrangimentos na cadeia de fornecimento: as alterações climáticas podem conduzir a fenómenos meteorológicos extremos, como inundações, secas e tempestades, que podem causar perturbações na cadeia de fornecimento. Num SGQ, esta situação pode afetar a capacidade de fornecer consistentemente produtos e serviços que satisfaçam os requisitos dos clientes, estatutários e regulamentares aplicáveis.

Disponibilidade de recursos e de serviços do ecossistema: As alterações climáticas podem afetar a disponibilidade de recursos naturais, que são cruciais para os processos de produção. Um SGQ deve ser adaptável a estas alterações para garantir a utilização eficiente dos recursos e manter a qualidade do produto.

Conformidade Regulamentar: Com o crescente enfoque na proteção ambiental, existe cada vez mais regulamentação relacionada com as alterações climáticas e a sustentabilidade. As organizações certificadas precisam de garantir que o seu SGQ está em conformidade com estes requisitos regulamentares, para evitar assim problemas de cariz legal, garantir a conformidade das suas operações e manter a reputação da marca.

Exigências e expectativas dos clientes: Os clientes estão cada vez mais conscientes em relação ao ambiente e esperam que as organizações adotem práticas sustentáveis. Um SGQ alinhado com a ISO 9001 deve ter em consideração estas expectativas de forma a garantir a continuidade da satisfação dos clientes.

 

Outras considerações sobre Alterações Climáticas que todas as organizações certificadas pelas normas de sistemas de gestão abrangidas por esta emenda devem analisar

As organizações certificadas, independentemente do setor de atividade onde atuam e do tipo e âmbito do sistema de gestão, podem necessitar de rever e adaptar outros processos e considerar outras questões, de modo a melhor abordar e acomodar as mudanças no contexto, a evolução dos requisitos e as necessidades das partes interessadas, bem como os novos riscos decorrentes das alterações climáticas.

Formação e sensibilização: O enfoque e as práticas de gestão eficazes, no contexto das alterações climáticas, requerem pessoas informadas e conscientes. As organizações certificadas podem ter de incluir programas de formação que transmitam, aos seus colaboradores, os desafios e mudanças relacionados com o clima, assegurando que compreendem a natureza evolutiva dos riscos relacionados e as suas responsabilidades.

Envolvimento e comunicação com as partes interessadas: O envolvimento com as partes interessadas em questões de conformidade relacionadas com o clima é crucial. As organizações certificadas devem facilitar a comunicação e o envolvimento com as partes interessadas, incluindo investidores, clientes, organismos reguladores e a comunidade, sobre a forma como a organização aborda as questões de conformidade relacionadas com o clima.

Monitorização e melhoria contínua: Tendo em vista a natureza dinâmica das mudanças climáticas e dos seus impactos, as organizações certificadas devem ser capazes de monitorizar e melhorar continuamente. Tal garante que a organização possa adaptar as suas estratégias em resposta a novas informações, regulamentações e melhores práticas relacionadas com as mudanças climáticas.

Soluções inovadoras para uma maior resiliência: As organizações poderão ter de investir em soluções inovadoras para reforçar a resiliência face aos desafios e riscos induzidos pelo clima, e contribuir desta forma para um melhor desempenho e eficácia.

Planeamento estratégico a longo prazo: As organizações devem ter em conta as tendências e questões contextuais a longo prazo, incluindo as relacionadas com as alterações climáticas. Isto permite um planeamento estratégico que se alinha com os objetivos globais de sustentabilidade e com os esforços de mitigação das alterações climáticas.

Reputação e valor da marca: As organizações que não abordam os riscos das alterações climáticas ou que não adotam práticas sustentáveis podem sofrer em termos de reputação e valor da marca, uma vez que os consumidores e os investidores valorizam cada vez mais a sustentabilidade. Para algumas organizações, a perceção pública também pode ser crítica. As que não tomarem medidas adequadas para combater ou se adaptarem às alterações climáticas podem sofrer danos na sua reputação, o que pode ter um impacto direto na fidelidade dos clientes e no valor da marca.

Seguro e gestão de riscos: O aumento da frequência e da gravidade dos fenómenos meteorológicos pode conduzir a prémios de seguro mais elevados. Para as organizações com ativos físicos significativos, ou para as que operam em zonas de alto risco, isto pode representar um encargo financeiro substancial.

Identificação de novas oportunidades: As organizações podem também procurar oportunidades decorrentes da transição para uma economia mais ecológica, como o desenvolvimento de novos produtos ou serviços, melhorias de eficiência e o acesso a novos mercados.

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