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28 Jun. 2024

Considerações sobre Alterações Climáticas num Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho – ISO 45001

Considerações sobre Alterações Climáticas num Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho – ISO 45001

Decorrente do compromisso de abordar o tema das alterações climáticas, como referido na Declaração de Londres da ISO – International Organization for Standardization, a ISO e o IAF – International Accreditation Forum, realizaram uma alteração ao capítulo 4 da Estrutura Harmonizada (Apêndice 2 do Anexo SL nas Diretivas ISO/IEC Parte 1 Suplemento ISO consolidado). Pode consultar mais informação aqui.

A norma ISO 45001- Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho é uma das várias normas abrangidas por esta alteração.

O que deve ser considerado num Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho de acordo com a norma ISO 45001?

Não existe uma abordagem padronizada para as considerações a ter sobre alterações climáticas num sistema de gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST), de acordo com a norma ISO 45001, no entanto, partilhamos como referência, parte do texto retirado de um White Paper desenvolvido pelos parceiros da IQNET Association, da qual a APCER faz parte em representação de Portugal.

Estas considerações não são suficientes por si só nem consideradas completas, são apenas identificadas como as mais prováveis de serem analisadas pelas organizações:

Aumento dos riscos profissionais: As alterações climáticas podem conduzir a fenómenos meteorológicos mais extremos, como vagas de calor, vagas de frio, tempestades e inundações. Estes fenómenos podem aumentar o risco de lesões ou doenças relacionadas com o trabalho. Por exemplo, os trabalhadores ao ar livre podem enfrentar um maior risco de insolação durante as vagas de calor ou de lesões durante fenómenos meteorológicos extremos.

Alterações nos ambientes de trabalho: À medida que o clima muda, certos setores de atividade podem ter a necessidade de adaptar os seus ambientes de trabalho. Por exemplo, setores como a agricultura, a construção e a pesca podem enfrentar novos desafios de segurança devido à alteração dos padrões climáticos e das condições ambientais.

Saúde e bem-estar dos trabalhadores: As alterações climáticas podem afetar a saúde física e mental dos trabalhadores. Por exemplo, o aumento das temperaturas pode levar ao stress térmico, enquanto a má qualidade do ar devido a incêndios florestais ou à poluição pode agravar as doenças respiratórias.

Preparação e resposta a emergências: As alterações climáticas podem aumentar a frequência e a gravidade das catástrofes naturais, exigindo que as organizações certificadas melhorem os seus planos de preparação e resposta a emergências. Isto inclui o planeamento de evacuação, cuidados médicos de emergência e recuperação de desastres para garantir a segurança dos trabalhadores.

Conformidade regulamentar: À medida que os governos de todo o mundo respondem às alterações climáticas, podem surgir novos regulamentos e normas relacionados com a proteção ambiental e a segurança dos trabalhadores. As organizações precisam de garantir que o seu SGSST está em conformidade com estes novos requisitos.

Formação e sensibilização: Os trabalhadores precisam de ser formados e sensibilizados para os novos riscos associados às alterações climáticas, bem como para as práticas de mitigação desses riscos. Esta é uma parte integrante de um SGSST eficaz de acordo com a norma ISO 45001.

Riscos psicossociais: As alterações climáticas podem contribuir para os riscos psicossociais no trabalho, como o stress ou a ansiedade devido ao aumento da frequência das catástrofes naturais ou a preocupações com os meios de subsistência futuros, em especial nas indústrias sensíveis ao clima.

 

Outras considerações sobre Alterações Climáticas que todas as organizações certificadas pelas normas de sistemas de gestão abrangidas por esta emenda devem analisar

As organizações certificadas, independentemente do setor de atividade onde atuam e do tipo e âmbito do sistema de gestão, podem necessitar de rever e adaptar outros processos e considerar outras questões, de modo a melhor abordar e acomodar as mudanças no contexto, a evolução dos requisitos e as necessidades das partes interessadas, bem como os novos riscos decorrentes das alterações climáticas.

Formação e sensibilização: O enfoque e as práticas de gestão eficazes, no contexto das alterações climáticas, requerem pessoas informadas e conscientes. As organizações certificadas podem ter de incluir programas de formação que transmitam, aos seus colaboradores, os desafios e mudanças relacionados com o clima, assegurando que compreendem a natureza evolutiva dos riscos relacionados e as suas responsabilidades.

Envolvimento e comunicação com as partes interessadas: O envolvimento com as partes interessadas em questões de conformidade relacionadas com o clima é crucial. As organizações certificadas devem facilitar a comunicação e o envolvimento com as partes interessadas, incluindo investidores, clientes, organismos reguladores e a comunidade, sobre a forma como a organização aborda as questões de conformidade relacionadas com o clima.

Monitorização e melhoria contínua: Tendo em vista a natureza dinâmica das mudanças climáticas e dos seus impactos, as organizações certificadas devem ser capazes de monitorizar e melhorar continuamente. Tal garante que a organização possa adaptar as suas estratégias em resposta a novas informações, regulamentações e melhores práticas relacionadas com as mudanças climáticas.

Soluções inovadoras para uma maior resiliência: As organizações poderão ter de investir em soluções inovadoras para reforçar a resiliência face aos desafios e riscos induzidos pelo clima, e contribuir desta forma para um melhor desempenho e eficácia.

Planeamento estratégico a longo prazo: As organizações devem ter em conta as tendências e questões contextuais a longo prazo, incluindo as relacionadas com as alterações climáticas. Isto permite um planeamento estratégico que se alinha com os objetivos globais de sustentabilidade e com os esforços de mitigação das alterações climáticas.

Reputação e valor da marca: As organizações que não abordam os riscos das alterações climáticas ou que não adotam práticas sustentáveis podem sofrer em termos de reputação e valor da marca, uma vez que os consumidores e os investidores valorizam cada vez mais a sustentabilidade. Para algumas organizações, a perceção pública também pode ser crítica. As que não tomarem medidas adequadas para combater ou se adaptarem às alterações climáticas podem sofrer danos na sua reputação, o que pode ter um impacto direto na fidelidade dos clientes e no valor da marca.

Seguro e gestão de riscos: O aumento da frequência e da gravidade dos fenómenos meteorológicos pode conduzir a prémios de seguro mais elevados. Para as organizações com ativos físicos significativos, ou para as que operam em zonas de alto risco, isto pode representar um encargo financeiro substancial.

Identificação de novas oportunidades: As organizações podem também procurar oportunidades decorrentes da transição para uma economia mais ecológica, como o desenvolvimento de novos produtos ou serviços, melhorias de eficiência e o acesso a novos mercados.

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